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terça-feira, 25 de julho de 2017

Nada mudou



As masmorras continuam as mesmas

A imagem de um país, e consequentemente da mentalidade do seu povo, passa também pela forma como ele trata seus presos. Dia desses, assisti a um documentário na TV sobre “As Piores Prisões do Mundo”, e o que vi sobre Madagascar, por exemplo, é estarrecedor. Os prisioneiros ficam amontoados, literalmente, em recintos apodrecidos pela umidade, e são atacados diuturnamente por ratos, percevejos e outros bichos, que lhe provocam sérias doenças, inclusive asquerosas úlceras na pele. Vão, enfileirados, na hora das “refeições”, comer pedaços de pão dormido e uma água choca a que chamam café. Dantesco.
Bem, o documentário também mostra a pobreza extrema no lugar, uma coisa constrangedora.
Vocês devem imaginar a impressão que fica em relação àquela sociedade, aos seus governantes, à sua mentalidade.

É mais ou menos assim (talvez exatamente assim) que apareceremos aos olhos dos países civilizados, onde, ao contrário do Brasil, as leis são rigidamente cumpridas e as penas idem, mas os presos são tratados com pessoas que são. Não importa se más, se ladras etc. Afinal, há tantos ladrões e perversos engravatados legislando e nos governando, não é mesmo?

Pois bem. No início deste ano, rebeliões que resultaram em mais de 100 mortos e mostraram a bomba relógio que é o sistema prisional medieval do Brasil, levaram o governo federal, amedrontado, a prometer mundos e fundos e exigir de governos estaduais que adotassem providência para amenizar o caos nas masmorras, mediante a liberação de verbas. Nada, absolutamente nada foi feito até agora. E um exemplo disso foi a rebelião ocorrida na última segunda-feira, em São Paulo, quando, embora não houvesse mortes, mas uma vez evidenciou-se a miséria das cadeias brasileiras, pois lá está mais que o dobrou da capacidade normal e não havia sequer extintores de incêndio para apagar o fogo ateado pelos detentos. É isso aí, Temer & Cia.

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